Aquífero Alter do Chão
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Aquífero Alter do Chão
Não existe outro lugar no planeta Terra onde o manancial de águas subterrâneas seja tão abundante quanto o Aquífero de Alter do Chão. O imenso lago de água potável se estende sob a igualmente gigantesca bacia do Rio Amazonas. Alter do Chão ocupa, a partir de agora o lugar daquele que era então, o maior Aquífero do mundo — o Guarani, que se estende pela Argentina, Paraguai e Uruguai. A capacidade de Alter do Chão ainda não foi devidamente estabelecida, mas dados preliminares apontam para uma área de 437.500 km² e uma espessura média de 545 metros com um volume estimado de 86 mil km³ de água doce suficiente para abastecer 100 vezes toda a população mundial.
Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA) apresentaram, no dia 16 de maio de 2010, um estudo apontando o Aquífero Alter do Chão como o de maior volume de água potável do mundo. O Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos da UFPA é integrado pelos professores Francisco Matos, André Montenegro e ainda pelos pesquisadores Milton Mata (UFPA), Mário Ribeiro (UFPA) e Itabaraci Nazareno (Universidade Federal do Ceará/UFC). A reserva subterrânea está localizada no subsolo dos estados do Amazonas, Pará e Amapá. O Aquífero de Alter do Chão tem quase o dobro do volume de água potável que o Aquífero Guarani. Uma grande vantagem do Aquífero de Alter sobre o Guarani, é que este último está sob a rocha enquanto o da Amazônia tem terreno arenoso. A chuva penetra com facilidade no solo e a areia funciona como filtro natural. Perfurar o solo arenoso é fácil e barato. Levantamentos futuros poderão determinar que o Aquífero é ainda maior do que o estimado inicialmente. O geólogo da UFPA Milton Matta afirma:
Milton Matta
Os estudos que temos são preliminares, mas há indicativos suficientes para dizer que se trata do maior aquífero do mundo, já que está sob a maior bacia hidrográfica do mundo, que é a do Amazonas/Solimões. O que nos resta agora é convencer toda a cadeia científica do que estamos falando.
O nome de Aquífero Alter do Chão pode vir a ser alterado tendo em vista ter o mesmo nome de um dos lugares turísticos mais importantes do Estado do Pará, o que costuma provocar enganos sobre a localização da reserva de água.
Estamos propondo que passe a se chamar Aquífero Grande Amazônia e assim teria uma visibilidade comercial mais interessante. (Milton Matta)
A segunda etapa do levantamento pretende inspecionar poços já existentes na região do aquífero.
Pretendemos avaliar o potencial de vazão. Dessa maneira teremos como mensurar a capacidade de abastecimento da reserva e calcular a melhor forma de exploração da água, de maneira que o meio ambiente não seja comprometido. (Milton Matta)
Marco Antonio Oliveira, Superintendente do Serviço Geológico do Brasil, em Manaus, afirma que a magnitude de um Aquífero é proporcional ao tamanho de sua Bacia Hidrográfica. O Aquífero Alter do Chão abastece de água mais de 40% da cidade de Manaus, são dez mil poços particulares e 130 da rede pública. O abastecimento de outras cidades do Estado do Amazonas é bombeado, na sua totalidade, da reserva subterrânea. A da cidade de São Paulo baseia 30% de seu abastecimento nas águas do Aquífero Guarani. Marco Antonio Oliveira disse que a reserva de água, no entorno de Manaus, está muito contaminada.
É onde o aquífero aflora e também onde a coleta de esgoto é insuficiente. Ainda é alto o volume de emissão de esgoto “in natura” nos igarapés da região. (Marco Antonio Oliveira)
Marco Antonio Oliveira faz uma ressalva sobre a exploração comercial da água no Aquífero Alter do Chão ressaltando a necessidade de se construir um planejamento estratégico de âmbito nacional.
A água dessa reserva é potável, o que demanda menos tratamento químico. Por outro lado, a médio e longo prazo, a exploração mais interessante é da água dos Rios, pois a recuperação da reserva é mais rápida. A vazão do Rio Amazonas é de 200 mil m³/segundo. É muita água. Já nas reservas subterrâneas, a recarga é muito mais lenta. (Marco Antonio Oliveira)
O Superintendente do Serviço Geológico do Brasil enfatiza a qualidade da água extraída do Aquifero Alter do Chão.
A região amazônica é menos habitada e por isso menos poluente. No Guarani, há um problema sério de flúor, metais pesados e inseticidas usados na agricultura. A formação rochosa é diferente e filtra menos a água da superfície. No Alter do Chão as rochas são mais arenosas, o que permite uma filtragem da recarga de água na reserva subterrânea. (Marco Antonio Oliveira)
Fonte: INSTITUTO DE ESTUDOS ESTRATÉGICOS INEST - UFF
Veja também: Aquífero Guarani
Re: Aquífero Alter do Chão
Só que, quando se fala em água, aqui no Brasil, parece que estamos no Atacama ou no Saara. É a falácia que usam para justificarem a cobrança cada vez mais cara de um produto tão barato e abundante. Usam como prerrogativa o abastecimento de grandes centros urbanos feitos através de água represada de rios poluídos com caro tratamento da mesma para disponibiliza-la para consumo.
Várias cidades do interior de S.Paulo, abastecidas pelos diversos poços profundos aderem a esse ecoterrorismo e aproveitam para continuarem arrecadando mais do que o necessário para o mantenimento da extração da água.
Quando sempre acusei isso, chamavam-me de leigo. Então, com a palavra um catedrático:
Várias cidades do interior de S.Paulo, abastecidas pelos diversos poços profundos aderem a esse ecoterrorismo e aproveitam para continuarem arrecadando mais do que o necessário para o mantenimento da extração da água.
Quando sempre acusei isso, chamavam-me de leigo. Então, com a palavra um catedrático:
A chamada "Crise Mundial da Água" tem sido objeto de debates nos principais fóruns técnico-científicos, desde Estocolmo-72, na 1ª Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano.
Na 2ª Conferência das Nações Unidas, no Rio de Janeiro, a Rio-92, foi assumido um compromisso com o desenvolvimento sustentável: atender as necessidades da humanidade no presente sem comprometer a capacidade de as gerações futuras atenderem também as suas.
A Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, denominada de "Rio + 10", em Joanesburgo, África do Sul, possibilitou uma ampla divulgação sobre a "crise da água". Comenta-se hoje até sobre a possibilidade da III Grande Guerra estar vinculada às disputas pela garantia das demandas de água potável.
A UNESCO acrescentou mais “pimenta” na questão da "crise da água", identificando na "inércia política" dos governos como o responsável pela crise que deverá afetar cerca de 2 milhões de pessoas em 48 países, até a metade do século XXI.
A questão que levantamos aqui para reflexão é: Existe, realmente, a denominada "crise da água"? Para que possamos respondê-la é necessário levar em conta diversos elementos técnicos e políticos, e abordar a questão de forma desapaixonada, tanto quanto for possível, devido à importância que esse bem mineral representa para a vida do homem.
É importante enfatizar, que desde os primórdios dos tempos, tudo que diz respeito à água é político. O 1º Fórum Mundial da Água, realizado em Dublin, em 1992, aprovou o conceito da água como "bem mineral", compondo as matrizes econômicas de diversos paises.
Durante o 3º Fórum Mundial da Água (Kyoto, Japão, 2003), diversas ONGs pleitearam que se considerasse as necessidades básicas de todo indivíduo de consumir 50 litros/dia per capita. Todavia, a experiência tem demonstrado que as populações que possuem rede coletora de esgotos necessitam consumir no mínimo 100 litros/dia per capita, sob pena de não terem fluido suficiente de água para transportar o material sólido do esgoto doméstico.
E existe essa quantidade de água disponível no planeta para suprir essa demanda? Se analisarmos que as demandas totais de água no mundo são da ordem de 6.000 km3/ano e que a distribuição do consumo contempla os usos: doméstico (10%), industrial (20%) e de agricultura (70%), e lembrarmos ainda que, com a redução de 10% dos desperdícios verificados na agricultura, cuja perda média mundial nos projetos de irrigação é de 60%, já daria para abastecer uma população do dobro da atual FAO (2000), acreditamos que sim.
Portanto, verifica-se que, em escala global, não há falta de água doce no mundo. Além disso, sabemos que o ciclo hidrológico representa o movimento da água no meio físico. Sendo assim, este recurso está em constante circulação, passando de um meio a outro, sem ganhos ou perdas de massa no sistema.
A quantidade de água na terra não vem se reduzindo ao longo do tempo, como alguns querem crer. Existe, hoje, água em quantidade suficiente no planeta para abastecer mais do que o dobro da população atual. Isso implica em desmistificar a chamada "crise da água". Na realidade não existe crise da água!
Mas, então, porque essa movimentação toda acerca do assunto? A verdadeira crise é de gerenciamento desse bem mineral.
As relações da água com a economia diferem de país para país, dependendo de: condições climáticas, disponibilidade, acessibilidade e qualidade dos recursos hídricos, além das condições de desenvolvimento econômico e social de cada nação.
No Brasil, o crescimento desordenado das regiões metropolitanas vem ocasionando uma aceleração dos processos de degradação dos recursos ambientais, principalmente da água. E as políticas desenvolvidas pelos poderes públicos constituídos não têm contemplado a utilização eficiente da água.
Mas como convencer o povo amazônida a poupar água, se toda tarde ele vê o céu acinzentar com a anuncio da chuva? É bem verdade que estamos em situação privilegiada no quesito água, porém a relação quantidade e qualidade nem sempre é direta.
Fonte : Beira Rio - Jornal da Universidade Federal do Pará.
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