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Criação de peixes

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Criação de peixes  Empty Criação de peixes

Mensagem  Admin Sex Out 18, 2013 1:32 pm

Construção de viveiros
por Dennis e Meredith Murnyak.

Escolha do local.

Você precisará de uma boa fonte de água – tais como nascentes, riachos e água subterrânea. Pode-se também usar água da chuva. Viveiros cheios com água da chuva costumam secar na estação seca, portanto deve-se retirar os peixes antes que o nível da água baixe demasiadamente.

Solo que contém argila é o melhor para se construirem viveiros para a criação de peixes pois retém bem a água. Para examinar o solo, faça um buraco de 1m de profundidade e pegue uma amostra de solo do fundo. Molhe este solo e com um pouco, faça uma bola na mão. Atire-a uns 50cm ao ar e depois apanhe-a. Se a bola se desfizer na sua mão, isto significa que o solo não é bom para se construir o viveiro. Procure um outro local ou use um dos métodos de revestimento de viveiros descritos na página 5. Se a bola não se desfizer, o solo tem provavelmente argila suficiente para a criação de peixes.

Formato do viveiro

Os viveiros para a criação de peixes devem ser construídos de maneira que possam ser cheios facilmente e esvaziados completamente. Viveiros retangulares são mais fáceis de serem construídos e facilitam a recolha dos peixes, em comparação com viveiros redondos ou quadrados. As menores dimensões que recomendamos são 10m x 15m (150 metros quadrados). Viveiros podem ser muito maiores, mas para uso familiar, é melhor ter vários viveiros pequenos do que um grande. A água deve ter 30cm de profundidade de um lado e 1m do outro. Pode cavar mais fundo mas certifique-se de que toda a água pode ser drenada para retirar os peixes.




Viveiros nivelados são construídos em descidas. O solo do lado superior é cavado e usado para construir uma barreira no lado mais baixo. A represa deve ser forte porque o nível da água no viveiro será maior do que o nível original do solo.




Viveiros cavados são construídos em áreas planas retirandose o solo. O nível da água fica abaixo do nível original do solo.

Adaptado com permissão do manual Raising Fish in Ponds por Dennis e Meredith Murnyak (veja a página Recursos). Ilustrações feitas por Barbara Knutson.

1 Prepare o local Retire árvores, vegetação e rochas. Meça e marque o viveiro. Retire a camada superior do solo e mantenha-o fora da área do viveiro.

2 Construa um revestimento de argila (se você estiver construindo um viveiro nivelado)




Um revestimento de argila serve como protecção para o fundo do viveiro, fazendo-o forte e evitando vazamentos. Cave uma vala com 50cm de largura e 30–60cm de profundidade (ou até que se chegue ao subsolo de argila). Esta vala deve estar fora do lado mais baixo do viveiro e a meio caminho de cada lado do viveiro. Encha a vala com solo de argila de boa qualidade, bem apertado. Isto dará uma protecção forte para as paredes do viveiro.

3 Cave o viveiro e construa as paredes Ao cavar, use o solo para construir as paredes. Amasse o solo ao construir as paredes usando os seus pés ou com um tronco pesado. Se você encontrar solo arenoso de má qualidade, lance-o para fora da área do viveiro – não o use para construir as paredes. As paredes do viveiro devem ter cerca de 30 cm acima do nível da água no viveiro. Elas devem ter um declínio suave, alcançando 1 m de




4 Construa a entrada e saída O tubo de entrada transporta a água para encher o viveiro. Esta água geralmente contém bastante solo que poderia tornar o viveiro muito lamacento. Ao cavar o canal para a água entrar, cave um buraco debaixo do tubo de entrada. Isto permitirá que o solo sedimente e evita que o viveiro se encha com lama.

O tubo de entrada passa pela parede para dentro do viveiro. Deve ser instalado um filtro no tubo para evitar que peixes selvagens entrem no viveiro. Ele deve estar cerca de 15cm acima do nível da água. Isto evita que os peixes escapem pelo tubo e mistura ar na água ao cair no viveiro.




5 Proteja as margens do viveiro Ao terminar de construir as margens do viveiro, cubra-as com a camada de solo que separou quando começou a cavar o viveiro. Plante ervas (grama) nas margens para protegê-las da erosão.

Se chover muito, cave um canal de escoamento ao longo da parte superior do viveiro para transportar a água para longe do viveiro, evitando que as paredes se danifiquem.

O tubo de saída é um tubo de escoamento que passa pela parede do viveiro, sendo usado apenas em emergências. A água geralmente não deve escapar do viveiro. Deve ser sempre instalado um filtro no tubo de saída para evitar que os peixes escapem do viveiro.

Filtros adequados (à direita) podem ser feitos de…

rede de arame
pote de barro com buracos
um pedaço de latão com buracos
rede mosqueteira.

6 Construa cercas de adubo e adicione fertilizante

Constura as cercas de adubo quando o viveiro estiver seco, usando galhos que não apodreçam. Encha as cestas e espalhe um camada de estrume no fundo do viveiro antes de encher com água.


7 Enchendo o viveiro Coloque pedras no fundo do viveiro onde a água vai cair de dentro do tubo de entrada. Isto evitará que a água cave um buraco e cause erosão no fundo do viveiro. Não encha o viveiro demasiadamente, para que a água não transborde.

Encha o viveiro pelo menos duas semanas antes de estocá-lo com os peixes. Isto permite que a água do viveiro se (remove se) aqueça e fique fértil antes dos peixes chegarem. O viveiro pode infiltrar água no começo, mas deverá contê-la em breve pois a lama e o fertilizante irão sendo depositados no fundo.

Criação de peixes
por Bob Hansford.

Bons agricultores cuidam de suas plantações. Antes de plantarem eles se asseguram de que o solo esteja bem preparado. Eles selecionam boas sementes ou mudas. Eles regam as plantas regularmente e removem as ervas daninhas. Eles usam estrume ou fertilizante para ajudar as plantas a crescerem e ficam atentos quanto à pestes ou doenças. O esforço produz uma boa colheita mas preguiça ou negligência resultam em uma colheita ruim!

O mesmo acontece com a criação de peixes. O peixe se torna a colheita, o viveiro é o campo. A erva daninha é o peixe selvagem ou predador que compete pela comida ou come os peixes. Pestes e doenças também estão presentes! As pestes são os animais e pássaros que atacam os peixes. As doenças não são muito comuns mas camadas de fungos parecidos com algodão às vezes aparecem na sua pele ou nas guelras e parasitas podem invadir as guelras ou o estômago.

Um criador de peixes bem sucedido deve atender às necessidades dos peixes e protegê-los de seus inimigos. Criadores que negligenciam os seus peixes geralmente não obtêm sucesso!

Os peixes precisam de…

Água
Comida
Oxigênio
Segurança
Água

Esta é a necessidade mais óbvia e imediata deles, mas deve haver a quantidade e qualidade certas.

Profundidade Um dos lados do viveiro deve ter uma profundidade de 1–2 metros e um outro mais raso (30cm) para que os peixes possam se reproduzir.

Secas podem ser perigosas para os peixes. O ideal é que haja água durante o ano todo, apesar de que alguns tipos de peixes crescem suficientemente depressa para darem uma boa colheita em viveiros temporários (durante cerca de seis meses ao ano).

Enchentes podem causar o transbordamento do viveiro durante períodos de chuvas fortes, permitindo que os peixes escapem. Certifique-se de que as margens do viveiro sejam altas suficientemente para suportar o maior nível de enchentes registrado em sua região. Instale um tubo de escoamento com tela ou abra um canal para liberar o excesso de água.

A qualidade da água depende de substâncias nela dissolvidas ou suspensas. Se os nutrientes corretos estiverem presentes em quantidades suficientes, o viveiro produzirá uma grande quantidade de organismos microscópicos chamados plâncton. A água de correntes que passam por terrenos férteis é rica nestes nutrientes e boa para o viveiro. A água de uma fonte ou de um poço pode não ser tão boa, dependendo das rochas que estão no fundo.

Como conter a água?

Faça um buraco com 1–1,5m de profundidade no local proposto para o seu viveiro. Se ele se encher com água vinda de baixo, o local provavelmente fornecerá água suficiente. Se ele não se encher naturalmente, despeje alguns baldes de água. Volte no dia seguinte. Se a água desapareceu, é provável que o local seja seco demais, a menos que seja usado um revestimento (veja a página 5). Se a água ainda estiver lá, você poderá ter então um local apropriado mas precisará de água de uma fonte externa para encher o viveiro.



Vedação de viveiros de peixes
Poucos agricultores usam a aquacultura na América Latina, apesar de que poderia ter ali um grande potencial. Uma das razões é porque, freqüentemente os solos são demasiadamente porosos – eles não contêm bem a água. É possível se fazer revestimentos artificiais – usando-se polietileno ou placas de borracha ou cimento. No entanto, estes métodos são caros.

Revestimento com estrume

Há uma maneira de se vedar viveiros que não custa nada. Não é um método novo – foi primeiramente usado na Rússia mas foi redescoberto e adaptado.

Cave o viveiro e amasse bem o solo.
Retire pedras e rochas do viveiro.
Cubra o fundo e os lados com uma camada grossa (2–3cm) de estrume fresco – estrume de porco é o melhor.
Cubra o estrume com uma camada de grama cortada ou folhas cortadas bem finas (de bananeira, por exemplo).
Adicione uma camada de terra e aperte tudo firmemente. Você pode usar os seus pés para amassar as camadas. A terra mantém o ar fora e permite que ocorra um processo biológico conhecido como ‘gleying’.
Deixe secar durante 2–3 semanas sem mexer nas camadas. Não tente isto na estação chuvosa.
Depois de 2–3 semanas, encha o viveiro com água. Testes usando este método foram feitos com grande sucesso na Costa Rica e em solo arenoso em ECHO na Flórida, EUA.

Você precisará ser cuidadoso para não mexer no fundo do viveiro demasiadamente, cavando o barro do fundo, caminhando ou misturando-o com varas. Tente este método primeiro em um viveiro pequeno.

Revestimento de barro

Outro método ‘tradicional’ de tornar o viveiro à prova de água foi usado muitos séculos atrás no Reino Unido. Viveiros de condensação foram construídos nos terrenos calcários, que normalmente não contêm nenhuma água.

O local do viveiro é preparado como acima.
Uma camada grossa de limo (2–4cm) é adicionada para prevenir danos causados por minhocas.
Barro pesado é então extraído e transportado de um outro local e amassado com os pés – começando o trabalho do centro para fora. A camada de barro deve ser de pelo menos 5–6cm de espessura e deve ser mantida molhada o tempo todo.
Quando for adicionado mais barro, o centro do viveiro deve ser mantido cheio de água. Se o barro secar, ele passa a rachar e a vazar.
Séculos mais tarde, muitos destes viveiros de condensação ainda estão em uso para o gado.

Informações sobre ‘gleying’ são provenientes da ECHO, EUA e William McLarney e J Robert Hunter. Informações sobre viveiros do tipo húmido são provenientes de Mike Withers, Bishop Burton College, Beverley, North Humberside, Reino Unido.





Alimento

Há duas fontes de alimento para peixes: naturais ecomplementares.

Alimentos naturais – plantas e animais que vivem no viveiro e material orgânico morto ou em decomposição no fundo do viveiro. Tipos diferentes de peixes comem alimentos naturais diferentes. Alguns procuram insetos ou minhocas no fundo. Alguns comem plantas submersas ou rastejantes; outros apanham plantas e animais pequenos na água.

Fertilizantes orgânicos (adubo ou estrume) são geralmente os melhores e mais baratos. O adubo é feito misturando-se restos de legumes e verduras, mato e estrume animal em um monte fora do viveiro. Cubra-o para protegê-lo contra a chuva e deixe decompor durante 2–3 meses. Acrescentando-se uma mão de super fosfato triplo aumentará sua eficácia (uma parte de SFT para 40 partes de adubo).

Adicione fertilizante orgânico uma vez por semana a um cesto no canto do viveiro. Para um viveiro de 10 metros por 15 metros você precisará de…

10kg de adubo
ou 5kg de estrume de gado bem decomposto
ou 2,5kg de estrume de galinha bem decomposto.
Se, pelo contrário, você escolher fertilizantes químicos, é melhor buscar conselhos do departamento governamental responsável pela pesca, pois há vários fertilizantes disponíveis. Como guia, 150g de uréia e 400g de SFT seriam necessários para um viveiro de 10 m x 15 m cada semana. Reduza a quantidade de fertilizante (orgânico ou químico) na estação seca, quando há menos água no viveiro.

Água barrenta não contém muita comida. Ela geralmente é encontrada em viveiros novos ou em viveiros com solo descoberto ao redor das margens. O barro pode ser reduzido plantando-se grama nos lados do viveiro e adicionando-se uma quantia medida de óxido de cálcio à água. Consulte o departamento governamental de pesca para orientação. Uma indicação geral é usar 2 colheres de chá de óxido de cálcio por metro quadrado.

Alimentos complementares são trazidos de fora como alimento extra. Os tipos usados dependem do tipo de peixe e da disponibilidade de materiais apropriados a um preço baixo. Exemplos incluem:

farelo de arroz
restos de comida, cascas de legumes e verduras
cupim
grama cortada
vários bolos à base de óleo (alguns podem precisar ser aquecidos primeiro para destruir toxinas)
cascas de mandioca.
Quanto alimento? Geralmente os peixes comem cerca de 5% de seu peso em comidas suplementares por dia. Por exemplo, 100 peixes pesando 250g cada (peso total de 25kg) precisarão de cerca de 1,25kg de comida suplementar por dia.

A comida deve ser fornecida do mesmo local todos os dias, preferencialmente metade de manhã e metade no início da noite. Os peixes em breve formam o hábito de vir para comer. Se alguma comida sobrar, reduza então a quantidade dada no dia seguinte.

Medindo os alimentos naturais

A quantidade de alimento natural no viveiro pode ser medida colocando o seu braço na água até que seu cotovelo esteja na superfície da água. Se a água estiver tão verde que você não pode ver seus dedos, então há uma grande quantidade de alimento na água. Se os seus dedos são vistos claramente, então você precisa aumentar o alimento natural usando estrume, adubo ou fertilizantes químicos. Se a água estiver tão verde que você não consegue ver nada do seu braço, pode haver uma quantidade demasiada de nutrientes na água. Neste caso, pare de adicionar fertilizantes ou adubo até que a água fique mais clara.

Mantenha uma variedade de peixes

Misture os diferentes tipos de peixes no viveiro (mas não predadores) para que todas as comidas diferentes sejam consumidas.

Oxigênio

A necessidade despercebida dos peixes é o oxigênio para respirar. Os peixes obtêm oxigênio da água que passa por suas guelras. Alguns tipos de peixes (tal como o peixe-gato) podem sobreviver em águas com muito pouco oxigênio porque eles podem respirar diretamente do ar.

A quantidade de oxigênio na água aumenta durante o dia, mas diminui durante a noite, sendo o nível mais baixo por volta do amanhecer.

Falta de oxigênio é geralmente causada por um dos seguintes motivos…

excesso de matéria orgânica se decompondo no viveiro (folhas mortas, comida não consumida, restos de adubo)
excesso de peixes
muitas plantas ou algas verdes na água (a água parece muito verde e pode haver uma espuma verde na água).
Ação necessária…

Adicione água limpa de correntes ao viveiro, tomando-se cuidado para se colocar um filtro no tubo por onde a água entra. (Água de poço ou de fontes não ajudam pois têm muito pouco oxigênio).
Reduza a quantidade de alimento, talvez parando por completo por alguns dias.
Remova o cesto com adubo, se houver um, do viveiro.
Retire alguns dos peixes.
Bata na superfície da água com galhos de bambu.
Não entre no viveiro pois misturar o conteúdo do fundo do viveiro pode fazer com que o problema piore.

Os seus peixes conseguem respirar?

Verifique seu viveiro a cada dia, logo pela manhã. Se os peixes estiverem todos pela superfície em busca de oxigênio, então isto significa que o nível de oxigênio está perigosamente baixo. Na manhã seguinte, os peixes podem estar todos mortos! Necessário agir.

Segurança

Os peixes precisam ser protegidos de seus inimigos. Estes incluem peixes predadores, lontras (ou outros animais que comem peixes), pássaros, cobras e ladrões de peixes!

Peixes predadores podem entrar no viveiro de várias maneiras:

um canal aberto, vala ou tubo – proteja então usando grades, filtros ou armadilhas finas para peixes
misturados com peixes novos – examine-os cuidadosamente e compreos de um fornecedor de confiança
como ovos na lama no fundo do viveiro – certifique-se de que o viveiro esteja seco e tratado com limo antes de ser cheio e estocado.
Lontras são conhecidas como udh em Bengali. Você pode usar outros nomes para elas. A única proteção é construir uma cerca fechada ao redor do viveiro ou usar um vigia!

Pássaros podem ser assustados por pessoas. É util cavar o viveiro perto de um local onde moram ou trabalham pessoas.

Cobras são difíceis de serem mantidas fora. Tente manter os lados do viveiro livres de grama comprida ou construa cercas bem apertadas.

Ladrões geralmente atacam durante a noite e usam redes e outras maneiras de apanhar os peixes. Alguns agricultores colocam varas de bambu ponteagudas no fundo do viveiro ou colocam galhos de árvores na água. Isto dificulta o roubo.

Venenos Peixes também precisam de proteção contra venenos. Há três fontes principais…

pesticidas – usados contra insetos nas casas ou no campo
imersão de gado/ovelhas – usada para controlar parasitas da pele
sementes de árvores.
Nunca lave um recipiente de pesticida ou máquina de pulverização dentro ou próximo de um viveiro com peixes. Corte os galhos de quaisquer árvores que produzem sementes e que estejam sobre o viveiro.

Estocando o viveiro

Para iniciar você vai precisar de um abastecimento de peixes. Algumas das espécies mais comuns de peixes usadas são a carpa, tilapia e peixe-gato. Se você escolher mais de um tipo de peixe, certifique-se de que eles possam viver juntos facilmente. Por exemplo, o peixegato come peixes novos. Se você criar apenas o peixegato você poderá ter de comprar ou criar peixes pequenos para alimentá-los.

O transporte dos peixes pode causarlhes problemas e deve ser sempre feito o mais rapidamente possível. Assim, quanto mais próximo o seu fornecedor de peixes estiver, melhor para os peixes. Quando você adquirir os seus peixinhos, deixe o recipiente dos peixes dentro do viveiro até que a água no recipiente tenha a mesma temperatura da água do viveiro. Os peixes podem então ser soltos gradualmente dentro do viveiro.

O número de peixes que pode viver em um viveiro depende de quatro fatores…

do tamanho do viveiro
dos tipos de peixes existentes
do tamanho dos peixes
da quantidade de alimentos complementares que você pode dar aos peixes
da profundidade da água.
Se você tiver um departamento governamental de pesca ou outros projetos de pesca próximos, peça conselhos.

Se você, ao começar, armazenar em grande quantidade, quando os peixes são pequenos, você deverá reduzir o número rapidamente quando os peixes começarem a crescer. Para a tilapia, é recomendado que você comece com um nível de armazenamento de dois peixes por metro quadrado. Com carpas indianas ou chinesas, os níveis de armazenamento são menores – menos de um peixe por metro quadrado (100 em um viveiro de 10m x 15m).

Produção de peixes

Isto será determinado pelo tipo e número de peixes no viveiro, pela quantidade de comida complementar e pelo tipo de administração. Números típicos de produção variam de 20kg a 50kg de peixe por ano para um viveiro de 10m x 15m (equivalente a 1.250–3.370kg por hectare por ano).

Bob Hansford trabalhou no Bangladesh durante seis anos com a Tearfund. Ele treinou agricultores locais em técnicas de criação de peixes. Ele agora trabalha na Seção da Ásia da Tearfund.

Níveis de estocagem sugeridos para a tilapia…

Quantidade do peixe
Quantidade por metro quadrado
Quantidade em um viveiro de 10m x 15m
50gm
2
300
200gm
1
150
Conheça os seus peixes!




Tilapia (espécie Oreochromis)
Oreochromis niloticus é considerada a melhor espécie para os países quentes.

Um bom viveiro possui...

água verde, 1–2 metros de profundidade
nenhuma árvore grande suspensa sobre ele
grama crescendo nas margens, cortada curta para evitar a presença de cobras
nenhuma planta flutuante (a menos que seja necessária para os peixes se reproduzirem)
tubos de entrada e escoamento com grades ou filtros
uma cerca para manter lontras do lado de fora
um balde de adubo no canto
uma população variada e controlada de peixes

Crie os seus próprios filhotes de peixes
Se voce deseja criar peixes, você vai precisar de um suprimento de peixes novos. Você pode criar os seus próprios peixinhos ao invés de comprá-los ou apanhá-los de viveiros ou represas.

Quando estes peixinhos miúdos atingem o tamanho de um dedo, eles se tornam mais facilmente reconhecidos. Com um pouquinho mais de tempo e cuidado, você poderá ter filhotes de peixe para colocar em seus viveiros e para vendê-los a outros agricultores.

Eis uma maneira de se produzirem carpas comuns. Você precisará de dois viveiros – um viveiro de reprodução e um viveiro para abrigar os peixinhos novos. A desova é quando peixes adultos se reproduzem e libertam os seus ovos. Um viveiro de desova é um viveiro onde os ovos se transformarão em peixinhos miúdos.

O viveiro de desova

Em um viveiro de desova separado mais peixinhos irão nascer e sobreviver pois há menos predadores e menos doenças.

Ao escolher um local para o viveiro de desova, procure um solo que retenha a água. Cave um viveiro com cerca de 2m x 3m e com 1m de profundidade. Deixe o viveiro vazio até o sol ter secado o solo completamente para matar quaisquer insetos que possam comer os peixinhos miudos recém nascidos. Uma vez que a superfície do solo esteja cheia de ranhuras, coloque a água fresca dentro do viveiro. Quando a água tiver pelo menos 50cm de profundidade, o viveiro de desova estará pronto para a criação do estoque. Uma camada de plantas pequenas de viveiros como o jacinto aquático, cobrindo não mais do que um quarto da área do viveiro, ajuda a desova pois os ovos são depositados entre as raízes.

Escolha da carpa para reprodução

Ao escolher carpas para formar um estoque reprodutivo, escolha carpas grandes, sadias e adultas que estejam prontas para desovar. As fêmeas que estão prontas para desovar têm barrigas inchadas e macias. Os machos que estão prontos para reproduzir segregam uma substância branca leitosa quando apertados levemente. Escolha cerca de dez das maiores e mais saudáveis fêmeas e dez dos maiores e mais saudáveis machos.

Os peixes desovam em apenas um dia. Um dia depois, remova os adultos do viveiro de desova e coloque-os de volta no viveiro normal.

Os ovos de carpas nascem em cerca de dois dias. Em poucos dias estes peixinhos miúdos atingem o tamanho de um cílio – 0,5cm de comprimento e bem finos. Quando os filhotes tiverem pelo menos 1cm de comprimento, coloque-os no viveiro para peixes pequenos. Você pode apanhálos usando uma rede bem fina ou uma rede feita com um tecido de pontos grossos. Trate os filhotes com muito cuidado.

Viveiro para peixes pequenos

O viveiro para peixes pequenos é um pouco mais raso do que o viveiro de desova, mas é preparado do mesmo jeito. Cave um viveiro com cerca de 6m x 6m e 70cm de profundidade. Deixe o solo exposto ao sol. Quando o solo estiver cheio de ranhuras, espalhe adubo ou estrume bem decomposto e encha lentamente o viveiro. O viveiro para peixes pequenos deve ter um tubo de entrada para que a água fresca entre no viveiro e um tubo de escoamento para a água sair. O tubo de saída evitará que o viveiro transborde e leve embora os filhotes de carpas. Não se esqueça de cobrir os tubos de entrada e saída com um filtro fino para conter os filhotes e manter os predadores do lado de fora.

Se possível, alimente os filhotes primeiro com um pouco de gema de ovo em pó e, mais tarde, bolo de óleo e farelo de arroz em pó bem fino. Os filhotes de carpas gostam de comer plantas e animais pequenos que vivem na água e ficam do tamanho de um dedo em seis ou oito semanas. Quando as suas carpas chegarem a este estágio, você pode colocá-las em seus viveiros com outros peixes ou pode vendê-las a outros agricultores.

Conheça os seus peixes!




Carpa comum (Cyprinus carpio)



Criação de Tilápias



A tilápia atinge a idade adulta entre os 3 e 4 meses de idade. Quando a reprodução começa, o macho faz um ninho redondo no fundo do viveiro movendo a sua cauda para a frente e para trás. Ele atrai então uma fêmea para colocar ovos no ninho. O macho fertiliza os ovos, a fêmea recolhe os ovos e os mantém em sua boca para protegê-los. Após várias semanas, os ovos se desenvolvem em ‘peixinhos miudos’. Eles começam a nadar um pouco mas ficam por perto da boca da mãe em caso de perigo. Eles deixam a mãe duas semanas mais tarde.

Uma tilápia fêmea pode reproduzir 3 ou 4 vezes por ano, produzindo até 1.000 ovos de cada vez. É fácil entender como um viveiro para a criação de peixes pode ficar rapidamente superlotado com tilápias pequenas! Os filhotes pequenos podem ser removidos dos cantos do viveiro e vendidos a outros agricultores. Quando você vir muitos peixes pequenos em seu viveiro, significa que é hora de se preparar para retirar todos os peixes pois esta lotação não permitirá que os peixes cresçam bem.

D & M Murnyak

Cultivo de plantas e criação de peixes juntos

Um sistema foi desenvolvido na Tailândia por um grupo conhecido como ITAG (International Technical Assistance Group), o qual combina a criação de peixes com a cultura de vegetais e outras colheitas em canteiros elevados. Viveiros longos e estreitos para peixe são cavados entre canteiros longos e elevados. Os viveiros e os canteiros elevados tem aproximadamente 2m x 15m e cerca de 1m de profundidade. A parte superior do solo (a camada fértil do solo com cerca de 30–40cm de profundidade) conseguida ao se cavarem os viveiros é adicionada aos canteiros elevados.

O solo é cavado duas vezes nos canteiros elevados. Primeiro, a camada superior do solo é bem cavada e misturada com adubo. A seguir, a camada de solo superior (30–40cm de profundidade) é removida de um dos lados do canteiro e colocada à parte. A camada inferior do solo é então aliviada. A camada superior do solo é depois virada para cima do sub-solo aliviado e o processo é repetido em toda a área do canteiro. Este método permite que a água – do viveiro e da chuva – penetre bem fundo dentro do solo.

Uma variedade de culturas e de árvores frutíferas são plantadas nos canteiros elevados. A água do viveiro penetrará para dentro do solo, permitindo que as raízes cresçam fundo, resultando em plantas saudáveis. Devido aos canteiros serem elevados, eles não podem ser inundados. Lama do fundo do viveiro é adicionada aos canteiros elevados por ser um bom fertilizante. Restos de plantas e ervas daninhas podem ser adicionadas ao viveiro para alimentar os peixes.

As espécies de peixes frequentemente usadas são a tilápia, o peixe-gato e a carpa. O viveiro estreito permite que se faça uma observação cuidadosa dos peixes para se verificar a existência de doenças ou infecções causadas por parasitas. Os peixes que demonstrarem qualquer sinal de doença devem ser imediatamente removidos.

Há muitas vantagens em combinarem-se as duas coisas. A cultura de plantas e a criação de peixes beneficiam-se mutuamente. Os métodos tradicionais produzem 1–2,5 tons/hec/ano. No entanto, estes métodos produzem 5 tons/hec no primeiro ano, 10 tons/hec no segundo ano e 20 tons/ha no terceiro ano – um aumento enorme de produção! A quantidade de mão de obra é bastante reduzida pois não há necessidade de se transportar adubo ou água para irrigação. Além disto, usando-se filtros simples de areia, a água pode ser limpa para uso domiciliar.

Peixes e patos

A criação de peixes também é ideal para se combinar com a criação de patos. O viveiro de patos pode ser construído sobre o viveiro de peixes ou nas suas margens (veja abaixo). O estrume dos patos vai directamente para dentro da água, fornecendo fertilizante. Os patos podem ser presos à noite para que os ovos possam ser recolhidos.



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