A lógica ateísta

Certas coisas são assim mesmo. Eu tinha onze anos quando quando o ensino público tirou o Francês e introduziu o Inglês. Como já estudava há dois anos o Francês, senti-me podado, pois na minha mente de criança eu ainda não havia aprendido essa língua e tudo que aprendera fora jogado no lixo, não servia mais. Inglês para mim sempre foi uma língua difícil, mas sempre ouvi o contrário e percebia, mesmo sem saber o que era isso, que havia um "lobby" por detrás dessa conversa. Mas já, desde aquela época achava que deveríamos aprender outras línguas mais próximas à nossa como o Italiano, o Espanhol, o Francês e sendo o Inglês uma língua comercial, quem precisasse que fizesse um curso particular para aprender de verdade e não para utilizar em entendimento de toscos aparelhos eletrônicos daquela época e saber o que significa "play", "recorder", "stop", "review", escrever "my love" na camiseta, ou pegar um violão, enrolar a l íngua pra cantar os sucessos da época acertando a pronúncias daquelas revistinhas com letra e cifras das músicas.

Falar Inglês ninguém falava (mal falavam ou falavam mal o Português), mas pras gatinhas... funcionava que era uma beleza. Mal pra mim que mal tocava tamborim e enquanto meus amigos curtiam Deep Purple, Nazareth e outros, eu estava aprendendo quem era Milton Nascimento, Tom Zé, Elomar, Vital Farias, Renato Teixeira, Elmir Deodato, João Donato, Geraldo Azevedo (e muuitos outros) nas ondas da Cultura AM. A última vez que passei apertado com Inglês, foi no supletivo, quando tive que estudar para a prova final 46 verbos irregulares!

Outro dia na festa de aniversário da minha sobrinha, saiu um papo sobre línguas, porque meu sobrinho e minha irmã estão fazendo um curso de Inglês. Comentei que Inglês é uma língua difícil de aprender. Encima vieram os protestos, sorrisos sarcásticos de "ignorante" e explicações das conjugações verbais, que são bem poucas contrariamente ao Português. Lembrei-os que era um curso iniciante. Que se falarmos o Português afrancesadamente, usando um verbo auxiliar e o outro no infinitivo ("eu ESTOU a escrever") conjugaríamos apenas os verbos auxiliares e seria a língua mais fácil de se falar. Adiantou? Não! Argumentei então se eles sabiam quando e porque usar "c" ou "ck" ou "ch" ou "q" ou "k". Quando usar "i" ou "y" ou "ee" . Quando ler "A" com "a", como "ã" , como "ei" ou como "é". Ah sim, isso devia-se `a prática! E o Português não? Oras, no 4º ano primário, nós crianças de 10 anos, sabíamos na nossa grande maioria, de cor e salteado todas as conjugações verbais, inclusive subjuntivo e Imperativo porque exercitávamos a língua e Português sempre foi fácil para mim, difícil é aguentar as mudanças ortográficas sem sentido e que ninguém sabe dizer por que fazem! Também não adiantou.Lembrei então que uma pessoa que mora nos Estados Unidos, que conhece gramática latina, fala e escreve em Francês, Espanhol e Inglês (e o Português) disse que o Inglês é uma das línguas mais difíceis de se aprender, que a inteligência dos estadunidenses deve ser devido ao exercício mental constante que dedicam a sua língua. Obviamente que ele estava se referindo ao uso erudito da língua e não a um cursinho de conversação. Adiantou? Também não  

Com os ateus é a mesma coisa, aposto (e já sei quem   ) que, apesar de ser um professor universitário, escritor famoso , de ter sua fama por sua inteligência, por ter se preocupado o bastante a ponto de escrever e publicar um livro a respeito, haverá quem ache motivos muito lógicos, maduros e inteligentes para contestar com veemência os argumentos dessa "simples" figura.



Quem é Clavis Staples Lewis?

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